terça-feira, 5 de setembro de 2006

Passado

Recorda querida irmã
Esta casa de fazenda.
Os negros no seu afã,
Trabalhando na moenda.

Se você pudesse se ver
Debruçada na sacada,
Procurando com atenção
Qualquer falha da “negrada”...

Sempre altiva, exigente.
Por perto um capataz.
Ai daquele negligente.
Aprendia como se faz,

Na linguagem do chicote;
Nas duras horas do tronco;
Nas dores tão cruciantes
Que a fome causa de pronto.

E são tantas outras dores
Que você soube aplicar,
Que hoje, os seus clamores,
Reclamam mais, meditar.

Agradeça, minha irmã,
Cada infortúnio que tem.
Peça alívio, vida sã,
Mas não acuse ninguém!



Albert - 05/09/06
Luci Ferreira de Oliveira

Nenhum comentário:

Postar um comentário