segunda-feira, 22 de março de 2010

PENSÁ

Eu tô muito sastifeito
Cum nossa prosa cumadi!
Si nóis dois num é perfeito
Si nois inda tem mardade,
Num qué dizê qui cum isso
Usamu de farsidade!
Já falamu du cumê,
Já aprendemu a cunversá,
Qui tal se nóis cunseguisse
Trabaiá nosso pensá?
Ocê num pode imaginá
A força du pensamento.
Sem mesmu nóis percebê,
Ele vai tomanu forma.
E cresce de tar maneira
Qui a mente fica cheia
E o pensamento ela intorna.
Aí, querida cumadi,
É qui a coisa fica feia!
Purque farta a vigilância
E sobra a petulância
De jurgá a vida alheia.
E a vibração du pensá
Tem sua mira certeira
E vai direto nu arvo
E invorve nóis tamém
Im toda essa sujeira!
Ai cumadi, o remorso
Chega assim, tarde dimais.
Por muito que a gente ora
E inté mesmo se chora,
Num tem perdão de milagre!
O jeito qui tem agora
É tentá se discurpá
E usá mais da razão.
E´pensá nas coisa boa
Qui Jesus o nosso irmão
Deu exemplo para nóis.
Óia qui as Leis Divinas,
Faz tudo muito certinho:
Entre nóis executá;
Inté mesmo até falá,
Nóis pricisamo pensá!
E se pensá direitinho
Trocando o nosso lugá
Cum aquele que agredimo,
Nóis num vai querê fazê...
Vigiá, minha cumadi,
Foi o Cristo que insinô.
Se não quer fazê bobagem
Atrasando o caminhá,
Usa mais do seu pensá.
Mais num isquece do aprendê.
Purque se nóis num cunhecê,
Cumo havemo de fazê?


Um Espírito amigo. Luci Ferreira de Oliveira