quarta-feira, 10 de novembro de 2004

Desespero

Eu quisera poder gritar
Para toda a multidão
Que eu sou um morto vivo
E que tenho coração!

Eu quisera que soubessem
Como é duro de sentir
As vibrações maldizentes
Que só fazem me ferir!


Eu quisera que entendessem
Que fui mau não sei por que
Ninguém nunca me ensinou
Como é certo se viver!

Eu quisera que tivessem
Um pouco de compaixão
E vibrassem com carinho
E me chamassem de irmão!

Perambulo, perturbado
Sofro, choro, desespero.
Sou pobre desesperado
Que vive no cemitério!



Não deu o seu nome. Quando perguntei, ele respondeu: “Sou um pobre diabo.”
10/11/04